Há muitas mensagens e textos falando disso, não é mesmo? Porém, sempre é bom rever certas coisas que ainda persistem em nós. Então vamos lá, juntos nessa reflexão. Sintamos.
Dizer “não” é um ato de Amor e não é porque está atendendo a um “querer seu, uma vontade sua ou contrariando uma vontade “egoica” alheia”.” Isso não tem nada a ver com o “não” que estou abordando aqui. É um ato de amor porque liberta as partes envolvidas em algo ou alguma coisa que não é benéfica a todas elas.
Pense e reflita de dentro para fora, desse lugar mais amplo em você mesmo. Se você vê uma criança precisando ser retirada de algum lugar onde a mesma corre perigo, mas essa criança não é seu filho ou mesmo as pessoas que estão a volta dela, não são muito simpáticas a você, o que você faz? Bem, é natural que no mínimo você avise que a criança está correndo perigo, independente da simpatia das pessoas ou mesmo vá lá e tire a criança daquele lugar de perigo, não é mesmo? Então, dizer “não” é exatamente isso.
Dizer “não” com Amor é estar em determinado lugar onde você pode ver a situação mais claramente, mais amplamente e a partir desse olhar, ter a iniciativa de agir independente do que os outros veem ou estão conscientes. Às vezes, não confiamos em nossa intuição, em nosso sentir íntimo e ele nos avisa claramente e, às vezes, persistentemente, sobre algo ou alguma coisa e nem sempre damos ouvidos porque vestimos a camisa do “bonzinho” e acreditamos que o dizer “não”, não faz parte disso. Ser “bonzinho” é muitas vezes, contrariar seu coração, seu sentir e o que em sabedoria sua alma está lhe soprando ou dizendo. Às vezes, com as falas: “não quero magoar o outro, não quero que o outro fique com raiva de mim”, e acabamos nos permitindo a relações desgastantes e nada saudáveis.
Sabe aquelas relações que chamamos de “tóxicas ou vampirescas”. É, elas existem e apesar de eu não gostar desses nomes, é assim que muitas vezes, reconhecemos certas relações. A toxicidade e o vampirismo, só existem porque de alguma forma permitimos, todos nós fazemos parte disso. Então, sinta e acolha em qual parte disso é possível, em você mudar; às vezes, essa parte implica em apenas dizer “não” a certas posturas ou solicitações. Reflita!
O ser “bonzinho” está muito ligado a uma postura muito comum dentro da humanidade em que, o quê está por traz é o ser aceito, o ser amado, pois, há algum aspecto infantil ou da nossa infância que nos impele a ter essa postura. Sempre relevar as coisas e engolir os “nãos” que poderíamos dar e assim libertar a si mesmo e ao outro em determinadas relações é algo que está ligado ao Amor que podemos conceder ao mundo e trazer o que nossa alma realmente quer de nós.
Quando o “não” é dito com Amor, dentro dessa visão em amplitude, saiba você não apenas está fazendo isso por você, mas também para o outro que recebe o “não”, pois, este tem a oportunidade de reavaliar a sua postura, olhar para dentro para também se libertar, quem sabe, de um postura de dependência ou de uma crença limitante de que ele só pode agir daquela forma. Sendo assim, estará concedendo a si e ao outro a possibilidade de ampliar-se e amadurecer. Isso é Amor e veja, ambas as partes possui a oportunidade, não apenas uma.
Portanto, largue a culpa do “não”. Quem está se sentindo, talvez, culpado é essa parte dentro de você que precisa do seu lado mais amadurecido acolhendo e dizendo a ela, que ela pode lidar com isso de outra forma e que você (o sábio) pode ajudar nisso e o “não” faz parte disso. Faça a sua parte, dizendo “não” quando preciso e cuidando daquilo que em ti, se ressente, revive alguma “ferida infantil” ainda presente. Cuide desses aspectos dentro de si mesmo, acolha a si por inteiro e liberte-se. Permita que essa liberdade seja mais presente a todos, a partir de si mesmo.
Quando colocamos o nosso coração a frente, estamos colocando o nosso ser sábio a frente e é dessa forma que o ato de “dizer não” torna-se um ato de amor. Estar ciente do que se é (autoconsciência) e de onde se encontra, permite-nos agir com maior facilidade diante das situações, pois, temos assim, uma visão mais ampliada das mesmas. E dizer não está relacionado ao centro de Força laríngeo - trabalhar esse centro de força permite que você saiba mais sobre você mesmo e dessa forma encontre os reais motivos que o estão levando a não "saber" dizer "não". Sinta! (Kátia de Souza)
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